Pessoas complicadas... ou não.

A vida não é uma linha recta e simples. Olhamos para as coisas de diferentes perspectivas, temos diferentes opiniões, discordamos... e para mim isso é natural, aceitável. Uma discussão agridoce, uma boa troca de argumentos, às vezes um aceitar de pontos de vista que pensávamos serem totalmente disparatados. Parece simples. Então para quê complicar?

Quantas vezes já ouvimos “não compliques”, “é assim mesmo”, “deixa como está”. Quantas vezes já o dissemos? Dizem que às vezes complico, eu digo que às vezes as pessoas gostam de complicar. Então afinal no que ficamos? Tentando não complicar muito, penso que a questão é simples. Nós temos as nossas teorias, os nossos ideais, a nossa linha de pensamento. Às vezes estamos tão certos de uma coisa, que qualquer opinião divergente que surja, acaba por complicar tudo. Outras vezes não é assim tão simples, as coisas têm que ser vistas com calma e de acordo com diferentes perspectivas, e quem não o faz, corre o risco de ser “desleixado”, “desinteressado”, “pouco empenhado”. Mas afinal onde se traça a linha do que é certo? Bem, talvez também esta seja relativa.

Hoje acordei com estas questões, interrogações e delírios. Esta sou eu a complicar. Mas por outro lado, em momentos em que estou certa de algo e aparece alguém com demasiadas questões é fácil para mim questionar: “mas porque não fazes logo assim? Eu sei que é assim! Porque complicas? Porque não fazes o que eu digo?”. Esta sou eu a ser prática. Ou não...

Porque não fazes o que eu digo, o que eu penso, o que eu quero. Talvez seja aí o ponto onde as linhas se convergem. Quando alguém não segue as nossas ideias, quando argumentam “de mais”, quando questionam e nos fazem “perder tempo” com grandes pontos de interrogação que bailam à frente dos nossos olhos e não nos deixam seguir em frente. Nesse momento aquele ser (seja ele quem for) está a complicar tudo! Mas porque raio não nasceu amorfo, porque tem de me questionar a mim, no alto da minha enorme sabedoria? Às vezes é isso mesmo, pensamos que somos donos da verdade, às vezes simplesmente não temos pachorra ou tempo para ouvir os outros (os “complicados”). Eu, tu... acho que somos todos assim em determinado momento, às vezes senhores da razão, outras vezes complicadinhos de....