Peixes e peixarias...
- asduarte79
- 5 de ago. de 2014
- 3 min de leitura
Ao navegar por algumas páginas de internet, em busca do nome dos peixes em holandês, acabei por ficar a saber (para espanto meu) que a Holanda é conhecida por alguns como a “terra do peixe”. Já tinha as minhas dúvidas, mas depois de hoje fiquei com ainda mais.
Adoro peixe, adoro peixe fresco... gosto de fazer uma boa caldeirada, um peixinho grelhado e um belo peixe no forno. E a isso somam-se as cataplanas, as massadas, os suflés e empadões, os filetes com arroz de cenoura, as “pescadinhas de rabo na boca” com arroz de tomate e no topo de tudo a sardinha assada! Enfim, mil e uma maneiras de transformar um simples peixe num delicioso manjar. Considero Portugal uma terra de pescadores e de óptimos cozinheiros. Podemos ter mil defeitos, mas sabemos o que fazer na cozinha! Não digo que os holandeses não o saibam, mas... em matéria de peixes deixam muito a desejar. Os filetes são um clássico, embora os comam com batatas fritas – o famoso “fish and chips” e depois vemos muita pescada, muito salmão e... o arenque! Existem depois outras variedades de peixe, que podemos encontrar tanto no mercado, como nas peixarias, onde não só se vende peixe fresco e congelado, como o peixe igualmente cozinhado.
Por norma o peixe é excessivamente caro. Se o é em Portugal, também o é aqui. À excepção dos filetes, comprar peixe é um tiro no orçamento!
Até agora tenho comprado o peixe no mercado. É mais barato e a variedade é maior. Por vezes a pescada congelada é também uma opção (bem mais económica). Hoje resolvi experimentar a peixaria. Apetecia-me fazer um peixinho no forno. Sonhava com carapau ou dourada, com batatinhas e legumes, temperados com pimentão doce, cebola, tomate, vinho branco, pimenta e sal, louro, azeite e um cubinho de manteiga. E, com este pensamento fui até à peixaria. Não seria difícil, bastava olhar para o peixe e tentar a sorte com o respectivo nome em inglês ou então apontar (que resulta sempre na perfeição). Bem, primeira dificuldade: o peixe da peixaria estava totalmente coberto com gelo e apenas se viam as placas com os nomes. Perguntei por peixe para fazer no forno. “Todos!” Ok, claro... todos os peixes podem ser feitos no forno. Então vamos à aventura e apontei para um olhinho de peixe que espreitava debaixo do gelo. Bolas, acertei no arenque. “Não, não já experimentei no forno e não gostei”. “Dê-me antes aquele”. Boa, parece que desta vez tinha acertado no carapau. Perguntei o nome em holandês para poder pedir da próxima vez – semelhante ao inglês: makreel (lê-se “makrill”). Pedi para “limpar”. Desviei o olhar por dois minutos para ver se a cadela continuava à minha espera na rua e quando me voltei para o balcão o meu carapau tinha-se transformado em dois singelos filetes! Devo ter ficado de boca aberta durante uns segundos... Olhei para o lado e uma outra cliente sorria, assim como a senhora atrás do balcão. Sabem aquele sorriso que se traduz em “coitadinha... nem sabe o nome do peixinho, nem como o cozinhar”, enquanto eu só me apetecia gritar “ponha o rabo e a cabeça do peixe exactamente onde eles pertencem”. Mas o mal já estava feito, engoli o orgulho, sorri e perguntei o preço. 8,20 euros!!! A sério? 8,20 euros para logo à noite termos de decidir quem come o maior pedaço? Voltei a engolir em seco, paguei, agradeci e saí. Ao mesmo tempo que pensava: “nunca mais, nem que tenha que pedir a uma criança de três anos para me fazer um desenho”.

Bem, resta cozinhar os filetes no forno... juntar uma dose extra de legumes e chorar por mais!

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